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Milhares de pessoas aguardam na fila de transplante de córnea no Brasil

Tocantins está entre os estados que menos realizaram o procedimento em 2022

Enxergar pouco ou absolutamente nada é a realidade de uma parcela da população. Em 2010, o Censo identificou 506 mil cegos e cerca de 6 milhões de pessoas com baixa visão no país. Número que hoje pode até ser maior. A causa da perda da capacidade de enxergar de boa parte desses brasileiros está na córnea, estrutura que é essencial para um bom funcionamento da visão. De acordo com a Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO), só no ano passado, 14 mil córneas foram transplantadas no país, apenas 145 dessas cirurgias foram no Tocantins.

A córnea é um tecido transparente que fica na parte da frente do olho. Ela protege o globo ocular e permite a entrada da luz no olho, por isso, quando fica com um formato inadequado ou pouco transparente, impede que a pessoa enxergue direito ou até perca totalmente a visão. Segundo a médica especialista em transplante de córneas do Hospital de Olhos de Palmas e diretora do Banco de Olhos do Tocantins (Boto), Dra. Ana Beatriz Dias, vários fatores podem prejudicar a saúde da córnea. “Infecções, traumatismos, queimaduras, o ceratocone e doenças autoimunes são exemplos do que pode danificar essa estrutura”, diz a especialista. Ainda segundo ela, o hábito de procurar um oftalmologista pelo menos uma vez por ano, pode impedir que um problema se agrave a ponto de a única solução ser aguardar na fila de transplante de córnea.

Apesar de ser o tipo de transplante mais realizado no país, a fila de espera por uma córnea praticamente dobrou ao longo dos últimos cinco anos, passando de 12.212, em 2019, para 23.946 atualmente, de acordo com dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO). Ou seja, o número de doadores de órgãos e tecidos continua muito abaixo da demanda no país. Situação que preocupa autoridades da saúde pública e, principalmente, quem se vê dependendo de um transplante.

Como a decisão de doar ou não os órgãos é sempre da família, a única forma de ser um doador no Brasil é discutir o assunto, em vida, com os parentes e pedir que, mesmo em um momento delicado e de muita tristeza, ajudem a salvar vidas. Para conscientizar as pessoas sobre a importância da doação de órgãos é que esse mês se realiza a campanha Setembro Verde. Um único doador pode salvar a vida de dez pessoas que aguardam por transplantes de órgãos e tecidos.

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